PESCARIA DESASTRADA

Depois que mudamos para Santo André, em abril de 1943, eu continuei pescando, agora na represa Billings, onde também havia variedade de peixes, tais como acarás, lambaris, tambiús, bagres, carpas e traíras. Tive muitos colegas pescadores, entre os quais cito o Pedro Alves, e seu cunhado e grande amigo Aristides, vulgo Benate.

Certa vez, saimos de casa, alta madrugada, e quando chegamos no Tanque dos Turcos começou a polêmica. Os caminhos se bifurcavam, um achava que devíamos seguir pela direita, outro dizia ser pela esquerda. Prevaleceu o parecer do Benate. Seguimos pela escuridão, atravessando lenheiros onde faziam carvão. Perdemos a noção de onde estávamos e andamos horas sem chegar a lugar nenhum. Quando amanheceu, qual não foi a nossa decepção ao constatarmos que após tantas voltas retrocedemos ao Tanque dos Turcos.

Fácil é dizer o nervosismo do Pedro após tanta caminhada em vão. Já adulto e de bicicleta, muitas vezes fui pescar sozinho e por duas vezes sofri acidente.