VIDA DE CAMINHONEIRO

Caminhoneiro de sorte
Consigo driblar a morte
Nessa perigosa vida
Só me sinto mal, confesso
No instante em que me despeço
Da minha mulher querida

Outro fato que me cala
É quando meu filho fala
Que sente falta de mim
Ele tem razão de sobra
E por pouco não me dobra
Quando ouço falar assim

Muita gente desaprova
O deixar mulher tão nova
Cheia de vitalidade
Porém aposto no jogo
Até ponho a mão no fogo
Ela esbanja castidade

Mesmo assim eu reconheço
Cada ser tem o seu preço
Como todo mundo diz
Antes que certo mal cresça
E atinja minha cabeça
Corto o mal pela raiz

Tenho em vista bom emprego
Jeito de ter mais sossego
E ficar junto dos meus
Através de bom cartucho
Vou ter emprego de luxo
Que ao transporte digo adeus