O LEITO

Não me censure, gosto do leito
Desse direito não abro mão
Meu coração fica satisfeito
Quando me deito, quanta emoção

Foi muita luta sem resultado
Hoje cansado quero sossego
Não tenho apego, sou vacinado
Afastado de qualquer emprego

Agora fujo da vida cheia
Porque chateia quis afastá-la
Gozar a vida sem ter a peia
Que me cerceia e muito me abala

É alta manhã, curto meu leito
Lugar perfeito que satisfaz
Com tanta paz eu tiro proveito
É meu jeito na vida fugaz

Deitar agrada mesmo sozinho
Mas me definho, falta mulher
Caso pudesse tê-la no ninho
Era dar carinho o meu mister

Vou dar viva para minha cama
Lugar que se ama e se faz promessa
Ninguém confessa com quanta chama
Nesse programa a vida começa